Já vimos que a fé, a verdadeira fé é ativa, seguida de ações, de obras. Bastaria alguém dizer que tem fé, para que realmente a tenha? Bastaria dizer "Sou Cristão" para ser realmente um seguidor do Cristo? "Procurai os verdadeiros cristãos e os reconhecereis pelas suas obras." No capítulo XVIII do E.S.E, "Muitos os chamados, poucos os escolhidos", Simeão nos convida a praticar.
" 'Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má pode dar frutos bons.'
Que frutos deve dar a árvore do Cristianismo, árvore possante, cujos ramos frondosos cobrem com sua sombra uma parte do mundo, mas que ainda não abrigam todos os que se hão de agrupar en torno dela?(...) A árvore é boa sempre, porém são maus os jardineiros. Entenderam de moldá-la pelas suas idéias; de talhá-la de acordo com as suas necessidades; cortaram-na, diminuíram-na, mutilaram-na; tornados estéreis, seus ramos não dão maus frutos, porque nenhuns mais produzem. O viajor sedento, que se detém sob seus galhos à procura do fruto da esperança, capaz de lhe restabelecer a força e a coragem, somente vê uma ramaria árida, pronunciando tempestade. Em vão pede ele o fruto de vida à árvore da vida; caem-lhe secas as folhas; tanto as remexeu a mão do homem, que as crestou."
Simeão compara os ensinamentos de Jesus a uma árvore e nos convida a a cultivar a árvore da vida. Convida-nos a conservá-la tal como Jesus nos entregou: não mutilá-la, não cortar-lhe os galhos, não amontoar os frutos que dela caem para não deixá-los apodrecer. Convida-nos a procurar os famintos, a levá-los para debaixo da árvore a partilhar com eles a sombra que ela oferece. Enfim, ele nos convida a produzir frutos, bons frutos (obras?).
"Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus, mas somente aqueles que fazem a vontade de meu Pai que estás nos céus."
OS ÚLTIMOS SERÃO OS PRIMEIROS
No capítulo XX de E.S.E - " Os Trabalhadores da Última Hora" , é citada a parábola do pai de família, que precisava de trabalhadores em sua vinha. Alguns chegaram mais cedo, na primeira hora, outros na terceira, outros na sexta, outras na nona e enfim chegaram trabalhadores na décima primeira hora. Quando foram receber o dinheiro pelo trabalho, o pai de família deu a todos os trabalhadores a mesma quantia. Aqueles que haviam chegado mais cedo, sentindo-se injustiçados, reclamaram ao pai de família a justiça, pois mais trabalharam e a mesma quantia receberam. O dono da vinha responde: " Meu amigo, não te acuso de dano algum: não convencionaste comigo receber um denário pelo teu dia? Toma o que te pertence e vai-te; apraz-me a mim dar a esté último tanto quanto a ti. Não me é lícito fazer o que quero? Tens mau olho, porque sou bom?"
"O obreiro da última hora tem direito ao salário, ma sé preciso que a sua boa vontade o haja conservado á disposição daquele que o tinha de empregar e que o seu retardamento não seja fruto da preguiça ou da má vontade."
Não importa quando se chega ao trabalho, e sim que se chegue. Teríamos menos direito ao "salário" que qualquer outro Espírito que já esteja trabalhando há muito , se começássemos a trabalhar agora? Já não fomos chamados o bastante? Por que é que ainda escolhemos não trabalhar?
"Muitos são os chamados, mas poucos os ecolhidos."
6 comentários:
Não basta a pessoa dizer que tem fé, para que realmente tenha, pois pode ser somente "palavras vazias", entendem? E isso vale também para aquele que diz "sou cristão", mas não fala de verdade.
"Procurai os verdadeiros cristãos e os reconhecereis pelas suas obras" - seria porque o cristão é aquele que ama Deus, então ama a todos. Esse cristão tem fé e como ela é ativa, é seguida de obras.
Quanto ao capítulo "Os Trabalhadores da Última Hora", agora consegui entender, realmente não seria justo que um espírito que já esteja trabalhando mt tenha mais direito ao "salário" que outro que está começando a trabalhar agora! :P
No geral, as pessoas quando ouvem essa parábola defendem a idéia de injustiça cometida pelo pai. É muito interessante, pois isso cai na questão que discutimos dia 10/12 sobre nossos atos condizerem com nossas crenças. Se defendemos o pagamento proporcional às horas de trabalho, é porque nos sentiríamos injustiçados se estivéssemos no lugar dos trabalhadores que chegaram para o desempenho das funções na vinha no primeiro momento. Isso porque gostaríamos de ser melhor recompensados em relação aos outros, e não por realizar o trabalho que nos cabe (não sei se fui claro). Então, nesse caso possuiríamos o valor de competição social, carência de valorização e/ou superioridade, baixa auto-estima. O fato de não acreditarmos em nós mesmos, nos sentirmos inferiores, nos instiga buscar o topo para poder olhar para os outros lá de cima.
Olá queridões,
Eu li primeiro os comentários... rs
Vocês estão bons mesmo, hein? Tô até com vergonha de comentar aqui... depois de vocês!
Bom, o primeiro texto me parece diretamente ligado a prospa geral do temário, ou seja, por em prática aquilo que professamos no espiritismo. E mais, para isso comprender bem o espiritismo (e a moral cristã) sem querer adaptá-los aos nosso desejos. Esse seria o mal jardineiro, aquele que tenta fazer da árvore sua própria imagem, e que ao invés de compartilhar dela, faz dela privilégio seu, até que ela nada mais produz. Vejamos as disputas religiosas, principalmente as guerras santas, que acabam deixando a religiosidade "em baixa" e levando muitos a preferirem o ateismo. Quanto já não se repetiu as palavras de Jesus de forma que hoje nem mais sabemos que são dele, e ja nos tornamos 'imunes' ao remédio. É assim que vemos a árvore não mais saciar o viajor.
Sobre o segundo texto, parece haver muitas possibilidades de interpretação. No entanto, vejamos a resalva de que o mesmo é dado a todos pq aquele que chegou depois não o fez por preguiça. Isso me remete a própria evolução de forma geral. A todo momento há Espíritos sendo criados, eles chegam mais tarde do que nós, e nós mais tarde do que os que vieram antes de nós... mas não por preguiça. Também há desigualdade entre aqueles que não tem acesso à doutrina, ou, de forma mais geral, à educação (em principal a moral). Logo a desigualdade que nos faz chegar antes ou depois não é de nossa vontade, e por isso mesmo não são levadas em conta na hora do pagamento. O que é levado em conta é a vontade. Todos são chamados ao trabalho, mas nem todos estão prontos... Quando estiverem, trabalharam, e trabalhando devem receber o mesmo que os outros.
O ponto tocado pelo Paulão (só pra não confundir com o apóstolo... rs) é profundo. A recompensa do trabalho no bem é antes nossa própria realização e satisfação pelo trabalho, que será a mesma independente da hora em começamos. Se desejamos mais é pq não entendemos ainda qual é a recompensa, e trabalhamos ainda por motivos pequenos e não pela caridade.
Aquele que deseja maior pagamento é como aquele que trabalha e espera dos outros maior reconhecimento do que os outros. Aquele que trabalha pelo reconhecimento mais do que pelo próprio trabalho.
Fomos todos chamados. Mas não somos aqueles que querem trabalho. Se ainda não trabalhamos é por preguiça... já nos foi dado o espiritismo, a moral cristã e mesmo muitas ferramentas para que o trabalho seja facil e agradavel. Se ainda não trabalhamos, é por nossa escolha.
O que acham?
Abraços
Comentem. HAhahhA!
A questao do "pagamento" pelas obras, concordo plenamente sobre a interpretaçao, mas conquanto a falta de oportunidade, de acesso ao conhecimento moral, ñ justifica o atraso na execuçao das obras, ou justifica?
Conheçao peesoas que mal sabem escrever o próprio nome, que conhecem as passagens bíblicas da boca de outras pessoas, e que, apesar de tudo, é capaz de fazer caridade com naturaliade. Claro que essas tendencias fazem parte das experiêncais de vidas passadas, mas é vergonhoso, ver uma pessoa que mal tem o que comer e mesmo assim dividir o pouco o tem, e nós que temos acesso ao conhecimento, tecnologia e tudo o mais, ñ somos capazes, muitas vezes, de dar o que está sobrando!
Talvez seja uma questao de querer mudar de atitude, a tal vontade de querer, mas enquanto eu ñ estiver insatisfeita, vou me comprazendo de minhas más inclinaçoes
Ao Anônimo.
Considerando que caridade é um sentimento e que este se efetiva em obras para o próximo, e que obras seria qualquer ação (vamos considerar as "ações boas"), todos, independente de saber escrever ou não, podem "executar obras", basta sentir esse sentimento (caridade). Essas obras podem ser, por exemplo, o simples ato de ouvir e compreender o outro e, assim, ajudá-lo. Logo, o que nos resta, é somente a vontade. Ficou claro?
E é por isso que a caridade é a única condição de salvação (leia o post do Capítulo XV). Ela está ao alcance de todos, não importando se a pessoa tem um conhcecimento gigantesco ou ñ.
Beijos e Abraços!
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