Os fenômenos espíritas ocorrem em decorrência da ação do fluido perispiritual. Assim, os referidos fenômenos acontecem devido a ação, que é recíproca, dos fluidos do médium e do Espírito.
Podemos, pois, admitir como conceito de mediunidade a faculdade de comunicar, aptidão de receber a influência dos Espíritos e transmitir os seus pensamentos, de tal forma que, como dito por Kardec em Obras Póstumas, “toda pessoa que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por isso mesmo, médium” (2008, p. 37). Mas, é dito que se convenciona chamar de médium aquele que tem a faculdade mais caracterizada.
Aquele que é médium depende de uma vontade estranha, o que nos permite afirmar ele não ser senhor da faculdade que possui, já que, como encontramos em O que é o Espiritismo, “os Espíritos não se comunicam senão quando o querem, ou o podem, e não estão ao capricho de ninguém; nenhum médium tem o poder de os fazer virem quando deseje e contra sua vontade” (2008, p. 107). O que foi exposto também nos possibilita concluir que a vontade do médium não é sequer necessária para que as comunicações ocorram. Determina a facilidade ou não da comunicação a afinidade entre os fluidos do médium e do Espírito (que se serve do outro como instrumento para transmitir informação).
Segundo Kardec, em Obras Póstumas, “pela assimilação dos fluidos perispirituais, o Espírito se identifica, por assim dizer, com a pessoa que quer influenciar; não somente lhe transmite o seu pensamento, mas pode exercer sobre ela uma ação física, fazê-la agir ou falar à sua vontade, fazê-la dizer o que não quer; pode, enfim, neutralizar a ação de seu próprio Espírito e paralisar-lhe o livre-arbítrio. Os bons Espíritos se servem dessa influência para o bem, e os maus Espíritos para o mal” (2008, p. 38). O bom médium não é o que se comunica com maior número de Espíritos, mas o que se comunica com os bons Espíritos.
A predisposição à faculdade mediúnica é independente do sexo, da idade, do temperamento, existe em todas as categorias de indivíduos, e, por assim dizer, é também independente da moral. Mas, entende-se que esta é de importância fundamental no que diz respeito à afinidade entre os fluidos do médium e do Espírito; dizendo de outra forma: a moral do médium influi na afinidade que estabelece com os Espíritos, o que não significa que um médium, que não apresente condições fluídicas propícias com o Espírito para a comunicação, não possa se valer de um guia espiritual como intermédio para possibilitar o fenômeno mediúnico.
Bibliografia:
KARDEC, A. Dos médiuns. In: Obras Póstumas. Tradução de Salvador Gentile. 27 ed. Araras, SP: IDE, 2008.
KARDEC, A. Dos médiuns. In: O que é o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 71 ed. Araras, SP: IDE, 2008.
Podemos, pois, admitir como conceito de mediunidade a faculdade de comunicar, aptidão de receber a influência dos Espíritos e transmitir os seus pensamentos, de tal forma que, como dito por Kardec em Obras Póstumas, “toda pessoa que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por isso mesmo, médium” (2008, p. 37). Mas, é dito que se convenciona chamar de médium aquele que tem a faculdade mais caracterizada.
Aquele que é médium depende de uma vontade estranha, o que nos permite afirmar ele não ser senhor da faculdade que possui, já que, como encontramos em O que é o Espiritismo, “os Espíritos não se comunicam senão quando o querem, ou o podem, e não estão ao capricho de ninguém; nenhum médium tem o poder de os fazer virem quando deseje e contra sua vontade” (2008, p. 107). O que foi exposto também nos possibilita concluir que a vontade do médium não é sequer necessária para que as comunicações ocorram. Determina a facilidade ou não da comunicação a afinidade entre os fluidos do médium e do Espírito (que se serve do outro como instrumento para transmitir informação).
Segundo Kardec, em Obras Póstumas, “pela assimilação dos fluidos perispirituais, o Espírito se identifica, por assim dizer, com a pessoa que quer influenciar; não somente lhe transmite o seu pensamento, mas pode exercer sobre ela uma ação física, fazê-la agir ou falar à sua vontade, fazê-la dizer o que não quer; pode, enfim, neutralizar a ação de seu próprio Espírito e paralisar-lhe o livre-arbítrio. Os bons Espíritos se servem dessa influência para o bem, e os maus Espíritos para o mal” (2008, p. 38). O bom médium não é o que se comunica com maior número de Espíritos, mas o que se comunica com os bons Espíritos.
A predisposição à faculdade mediúnica é independente do sexo, da idade, do temperamento, existe em todas as categorias de indivíduos, e, por assim dizer, é também independente da moral. Mas, entende-se que esta é de importância fundamental no que diz respeito à afinidade entre os fluidos do médium e do Espírito; dizendo de outra forma: a moral do médium influi na afinidade que estabelece com os Espíritos, o que não significa que um médium, que não apresente condições fluídicas propícias com o Espírito para a comunicação, não possa se valer de um guia espiritual como intermédio para possibilitar o fenômeno mediúnico.
Bibliografia:
KARDEC, A. Dos médiuns. In: Obras Póstumas. Tradução de Salvador Gentile. 27 ed. Araras, SP: IDE, 2008.
KARDEC, A. Dos médiuns. In: O que é o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 71 ed. Araras, SP: IDE, 2008.
14 comentários:
Ei, até que gostei deste post, bem informativo. Se toda a humanidade aceitasse e/ou tivesse esse conhecimento muitos problemas mediúnicos não existiriam.
Olá, Jesiel! Que bom que gostou... Você considera que a informação já bastaria para certos problemas não existirem? Aguardo você!!!! Beijos querido! Comentem!
Ahh, quando "muitos problemas mediúnicos" eu quiz dizer problemas que tem sua causa porque o médium desconhece, tem medo ou não tem controle sobre sua própria mediunidade. Eu tenho um amigo que teve muitos problemas com a mediunidade simplismente porque a família dele não tinha conhecimento e nem aceitava o que é explicado no texto. E se ele tivesse acesso a essa informação mais cedo, ele teria evidado muitos desagrados. Assim também acontecem com muitos mediuns que desconhecem sua própria mediunidade e acreditam estar 'endemoniados' ou acreditam receber a palavra do próprio 'Espírito Santo'.. Resumindo, nos 'muitos problemas' eu me referi a esses tipos de médiuns não espíritas, que eu acredito sejam muitos, que desconhecem até mesmo o que seja mediunidade. Entendeu??
Mudando de assunto, outro dia eu vi em um site em inglês eles usando a palavra 'medium' com a conotação de 'mediador', 'moderador' e lembrei que eu já vi em livros antigos eles utilizarem o termo 'medianeiro' para médiuns. Mas, não é mesmo isso? O médium não é o 'mediador' entre os dois 'mundos'??
Hehehe, abraços...
Olá,
Bom, achei um pouco problemática algumas conclusões do texto. Acho que não dá pra dizer que o "bom médium" é aquele que se comunica com bons espíritos. Isso gera um certo problema coma vaidade dos médiuns. Se o Chico se comunicava com muitos espíritos bons, tb se comunicava com espíritos de todos os "níveis". Seria preciso definir melhor o que é esse "bom médium" para evitar problemas.
Não é incomum que o médium de uma casa espírita que se comunica com o mentor da casa, se sinta melhor que os outros por isso. Mas, pelo que entendo, isso não se deve necessariamente à evolução do médium, mas a compatibilidade de fluidos. E quanto ao que interfere nessa compatibilidade, pouco sabemos.
Por outro lado, penso que "bom médium" seja aquele que pode ser o meio mais transparente para a comunicação. Como o bom rádio é o que tem menor ruído. Assim se o médium interfere pouco naquilo que transmite, então é um bom médio. Outro ponto que parece indicar um "bom médium" é que ele tenha controle de si (o que já esta relacionado com interferir pouco), e por isso pode interferir determinantemente em certos casos. Ou seja, que evita que o espírito comunicante realize atos "maus" por seu meio.
Parece que esses dois pontos tem a ver somente com a moral e o "treino" do médium, e nada com o tipo de espírito com quem se comunica.
A não ser que ser bom médium seja sinônimo de ser bom no sentido geral. Então a questão passa a ser um pouco diferente.
O que acham?
Jesiel,
E aí, tudo bem contigo? Espero que sim!
Penso que sejam mesmo sinônimo os termos que vc apresentou. A escolha da palvra "médium" por Kardec foi pq ela significa "meio". Será que "medianeiro" não tem um significado além?
Abraços
Então André, era isso que eu estava falando. Medianeiro, olhando no dicionário, significa mediador. E, eu já vi a palavra medium (em inglês) sendo usada neste mesmo sentido, mediador. Daí era isso que eu queria saber, se Kardec não escolheu essa palavra (medium) porque ela tem a conotação de mediador. Daí eu lembrei que eu já li em livros eles substituirem o termo médium por medianeiro (mediador). Então, eu estava só especulando sobre esta etmologia.. Porém, palavra latina medium (a fomra neutra do adjetivo masculino medius) significa apenas: médio, meio, moderado, indiferente, indecidido [1].
Bem, resumindo tudo, eu só estava especulando mesmo pra saber se Kardec não usou a palvra médium exatamente com a conotação de mediador, o que seria até poético, ao meu ver, pois define o médium como um mediador de dois mundos...
Ahh, acho que escrevi demais, hehehe.
Sayōnara...
---
[1] Medius, wikitionary
Medium, wikitionary
Olá,
Isso mesmo Jesiel. Como vc pesquisou no wiki fica até mais fácil. medium = meio. Se não me engano, tem isso nas obras básicas.
Mas a minha pergunta foi sobre se a palavra medianeiro não teria um significado diferente. Quer dizer, pq se optou por adotar, em certo momento, essa palavra. Teria sido apenas casual, ou será que a palavra entra com uma significação diferente?
Eu desconheço quando e pq ela começa a ser usada.
Abraços
Pessoalmente eu acho que eles apenas escolheram um sinônimo para médium, do mesmo jeito que o André Luiz sempre preferia usar 'aparelho genésico' à 'aparelho reprodutor'.. E, mesmo que eu pegue os livros que eu já li que usaram 'medianeiro' acho que isso não iria ajudar a explicar o porquê. Talvez se eu pudesse conversar com um espirita mais velho e com grande conhecimente eu descobriria. Mas, retornando, realmente acho que Kardec escolheu o termo médium por causa do significado de 'mediador' e não por causa do significado de 'meio'. Mas isso é irrelevante e é só uma questão de 'pena', de termos. Aliás, se nos livros antigos já trocaram médium por medianeiro é porque eles já tinham médium no sentido de medianeiro e não me meio. Mas são só opiniões subjetivas e não quero começar um grande debate e, também, eu não me baseio em nada específico...
Sayōnara...
Então Jesiel,
Não entendo que diferença vc faz entre "meio" e medianeiro. Pq esse meio eu entendo que seja semelhante ao de "meio de comunicação". E é bem isso que o médium é, não?
Sobre o termo medianeiro, eu entendo que possa ser só um capricho estilístico. Mas imagino que possa não ser só isso. Pq, em geral, quando se muda o termo, pretende-se fazer mais do que apenas isso, né?
Nem que seja para dar uma impressão mais "tranquila" para o médium... Sei lá. Penso que um bom caminho seria descobrir quando a palavra foi usada pela primeira vez, e quem fez essa opção. Agora, sobre a escolha do Kardec não é uma opinião e tal, ta lá nas Obras Básicas. Se for o caso procuro o livro e o lugar certinho onde ele fala disso. Te interessa?
Mas, como vc diz, não é tb alguma coisa muito importante...
Abraços
Se não for te tomar muito tempo e você quiser achar onde Kardec comenta isso, eu agradeceria.
A vontade do médium não é necessária para que as comunicações ocorram, pois depende do Espírito também. É isso? Mas o médium pode ter a vontade de não dar uma comunicação, mesmo que o Espírito queira, não é?
Acho, também que o bom médium é aquele que tem um bom controle da sua mediunidade, e se não me engano, estudamos que o médium independente de seu grau de evolução consegue se comunicar com Espíritos mais ou menos evoluídos, acho que tem uma questão de conseguir "aumentar e diminuir" a vibração, e conseguir assimilar os fluídos. É isso?
No trabalho de desobsessão o médium da comunicação de espíritos menos felizes, não?
A vontade do médium não é necessária para que as comunicações ocorram, pois depende do Espírito também. É isso? Mas o médium pode ter a vontade de não dar uma comunicação, mesmo que o Espírito queira, não é?
Acho, também que o bom médium é aquele que tem um bom controle da sua mediunidade, e se não me engano, estudamos que o médium independente de seu grau de evolução consegue se comunicar com Espíritos mais ou menos evoluídos, acho que tem uma questão de conseguir "aumentar e diminuir" a vibração, e conseguir assimilar os fluídos. É isso?
No trabalho de desobsessão o médium da comunicação de espíritos menos felizes, não?
Jesiel,
Eu vou pesquisar. Demorei a responder pq estive com visitas... Mas, volto a comentar com as referências.
Tami,
Eu concordo com o que está no seu comentário. Penso que seja isso mesmo, ainda que tenha a impressão que o texto publicado dá margem a uma interpretação diferente.
Beijos
Jesiel,
Até agora achei esse trecho, acho ele suficiente. Mas posso continuar pesquisando caso vc ache necessário.
Abraços
"A cesta ou a prancheta só podem ser postas em movimento debaixo da influência de
certas pessoas, dotadas, para isso, de um poder especial, as quais se designam pelo nome de
médiuns, isto é - meios ou intermediários entre os Espíritos e os homens. As condições que
dão esse poder resultam de causas ao mesmo tempo físicas e morais, ainda imperfeitamente
conhecidas, porquanto há médiuns de todas as idades, de ambos os sexos e em todos os
graus de desenvolvimento intelectual. É, todavia, uma faculdade que se desenvolve pelo
exercício." (LE, Introdução - item IV - último parágrafo)
Entendi André, obrigado!
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