Encontro para estudo da COMERRP, domingo dia 21 de novembro.
Estiveram presentes: Tamizinha, Carol, Dé, Japa, Flávio, Hugo e Stella.
Nós estudamos alguns textos do livro Pedagogia do Oprimido do Paulo Freire. Lemos uma parte do capítulo 2 “A concepção bancária da educação como instrumento da opressão. Seus pressupostos, sua crítica.”
Através do texto fizemos algumas comparações entre o modelo antigo da COMERRP, no qual os monitores eram detentores do saber e os monitorados eram como vasilhas vazias, nas quais os monitores depositavam o conhecimento, e a COMERRP de hoje, na qual essa relação entre monitores e monitorados foi rompida, dando lugar aos tutores que reconhecem a sua ignorância e vêem cada participante como detentor de saber capaz de aprender e também de ensinar. Assim, os tutores e os tutorandos se envolvem numa relação em que ambos aprendem. Com isso as hierarquias e o exercício de poder sem sentido são quebrados. Todos se envolvem na construção do encontro e se responsabilizam pelo seu sucesso ou fracasso.
Para conceituarmos o que é educação bancária, o que a caracteriza vou usar um trecho do texto que acho muito esclarecedor.
Na educação bancária:
“ a) o educador é o que educa; os educandos, os que são educados;
b)o educador é o que sabe; os educandos os que não sabem;
c) o educador é o que pensa; os educandos, os pensados;
d) o educador é o que diz a palavra; os educandos, os que a escutam docilmente;
e) o educador é o que disciplina; os educandos, os disciplinados;
f) o educador é o que opta e prescreve a sua opção; os educandos, os que seguem a prescrição;
g) o educador é o que atua; os educandos, os que têm a ilusão de que atuam, na atuação do educador;
h) o educador escolhe o conteúdo programático, os educandos, jamais ouvidos nesta escolha, se acomodam a ele;
i) o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que opõe antagonicamente à liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se às determinações daquele;
j) o educador, finalmente, é o sujeito do processo; os educandos, meros objetos.”
A partir dessa idéia de concepção bancária também refletimos sobre a escola, a relação dos professores e alunos, na qual, nós, alunos nos sentimos vasilhas.
Também pensamos em como sermos autônomos nos espaços, como a escola que se baseia na educação bancária, que tolhem nossa liberdade e restringem a possibilidade da autonomia. Achamos que a autonomia é possível quando entendemos esses espaços e compreendemos os limites que eles nos impõe e percebemos, então que não podemos tudo, mas ao perceber isso, sabemos que podemos alguma coisa, mesmo que pequena. Poderíamos, então, ser autônomos de forma “restrita” nesses espaços.
Finalmente, podemos entender que a COMERRP é um encontro que pretende não seguir a educação bancária.
Pelo que me lembro, as discussões ficaram mais sobre esses pontos, não chegamos a discutir muito a questão de opressores e oprimidos, dominadores e dominados que o texto apresenta.
Espero que o texto ajude aqueles que não puderam estar no estudo a entenderem o que discutimos. Mas, isso é muito pouco se comparado a estar presente no estudo! Então, espero que todos se esforcem para comparecer!
Um abraço,
Tamizinha
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
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2 comentários:
Olá, pessoal. Achei bem legal de pensar a educação bancária em relação à autonomia. A citação utilizada no post é simples e bastante provocativa. E talvez uma questão a ser posta, ao meu ver, é a de pensar o que é educação. Pois, se levarmos a sério a ruptura com o dualismo sujeito/objeto (e as demais associações propostas pelo trecho citado), quem é o educador? Aguardarei o próximo post. Um abraço.
E agora José?
Não sei Paulão...
O que define o educador agora? Hum... vou ter que estudar e pensar...
Vc acabou fazer uma pergunta que para mim parece uma daquelas perguntas quase eternas, que é difícil de responder pra caramba
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