sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Heterossexualidade e Monogamia - Comentário do Estudo de 12/01/11
Posted on 11:26 by COMERRP
Tendo em mente os estudos anteriores e as questões levantadas a respeito da sexualidade e das edificações da energia sexual, lemos o capítulo "Família" e "Namoro" da obra "Vida e Sexo". De forma geral, as páginas acompanhadas sugerem que a família cumpre função evolutiva na vida dos Espíritos, seja na constituição dos laços espirituais ou dos laços orgânicos. Deste modo, a vinculação dos pais, quando acompanhada da concepção de um filho, relaciona os dois mundos sendo o(s) próprio(s) filho(s) o laço da união material e espiritual familiar. No que se refere ao modelo concebido para pensar a família, foi pensada a possibilidade de o espiritismo interpretar a família como oriunda da relação de um homem e de uma mulher, ou seja, pautada em dois princípios: heterossexualidade e monogamia. De acordo com os estudos anteriores, pudemos mais uma vez questionar a vinculação da moral a esses princípios, pelo fato de que se a moral diz respeito ao comportamento seria preciso dizer que a "escolha" sexual implicaria um comportamento moralmente inferior. Visto que todos somos espiritualmente bissexuais, no sentido de guardarmos feminilidade e masculinidade das vidas anteriores, a acentuação ora masculina ora feminina é a explicação para a apreciação de determinado sexo, ou seja, a encarnação de determinado Espírito no corpo de homem poderia ser acompanhada da feminilidade acentuada em decorrência das vidas anteriores, e, sendo assim, apreciaria o sexo masculino. Deste modo, o comportamento "sexual", tendo como princípio a bissexualidade espiritual, não parece sugerir outra coisa do que a arbitrariedade na vinculação da moral à "escolha" sexual. De outro modo, o uso do sexo deve ser acompanhado da responsabilidade sobre si e sobre o outro, tendo em vista as edificações possíveis da energia sexual e as leis de causa e efeito, que recaem sobre o comportamento. Considerações essas que também cabem ao namoro. Já a poligamia, apesar de acusada de mau uso do sexo pelo próprio texto, também pode ser pensada a partir do comportamento dos espíritos (critério também sugerido pelo texto para a avaliação moral), e, deste modo, suscita a seguinte questão: em que medida a poligamia implica o mau comportamento como ausência de responsabilidade (e de afeto) sobre si e sobre o outro, desde que consentida pelos praticantes? O problema permanece quanto a vincular o aspecto moral ao comportamento sexual no que se refere ao modelo da heterossexualidade e da monogamia.
Categories: COMERRP 2011, Estudos
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Caros,
Não sei quem escreveu o post (não assinou), mas é fato que apresenta uma apreciação particular do que foi estudado e que, evidentemente, não foi compartilhada por todos os presentes no estudo.
Dizer que "o comportamento "sexual", (...), não parece sugerir outra coisa do que a arbitrariedade na vinculação da moral à "escolha" sexual" está longe de representar o que entendo do texto lido. Dizer que o texto "não parece sugerir outra coisa" já é um abuso diante da apresentação evidente de uma posição diversa nos estudos.
Do mesmo modo o que é dito sobre a poligamia só se justifica pela desconsideração das questões energéticas e da questão já proposta:
é possível assumir um compromisso de fidelidade plena com mais de uma pessoa ao mesmo tempo? Se sim, como? Podemos apreciar tal caso em alguma parte?
Por fim, importante indicar que o fato de que haja consentimento pelos praticantes não é garantia de ausência de problema. Alias, é comum que haja consentimento no "ficar", por exemplo, sem que isso impeça de haverem constantemente decepções e indução à angústias. Também pode haver consentimento entre praticantes de qualquer tipo de prática imoral, sem que com isso os atos deixem de ser imorais. Isso vale também para comportamentos sexuais como o sado-masoquismo.
Enfim, é preciso mais do que o consentimento das partes para garantir a moralidade das práticas.
Abraços
André, sou eu o autor abusado rs. Achei que soubesse! Espero que mais pessoas se sintam à vontade a postar aqui, mesmo que possam cometer abusos. De qualquer forma, espero que possamos continuar, em algum momento, a ler juntos os textos e discuti-los e ver até onde vai a discussão sobre corrigir os homossexuais e as uniões poligâmicas (homossexuais, bissexuais ou heterossexuais), que, inclusive, conheço algumas marcadas fortemente pela moral admissível. Se eu estiver convencido das questões colocadas por você me comprometo a inclusive educá-los!
abraço
Paulo Victor,
O que é "moral admissível"? O que oriental tal coisa?
Do mais, acho que questões não reclamam assentimento, mas respostas. E essas sim, por sua vez, reclamam assentimento: podem convencer ou não.
Aproveito para dizer que não sei se alguém irá publicar alguma coisa sobre o estudo de ontem (16/01), mas já aviso que lemos o capítulo "Lei de Reprodução", do LE. Pareceu-me que ele respondeu muito bem todas essas questões que tem sido levantadas sobre a homossexualidade e a poligamia.
Abraços
Outra coisa, Paulo Victor, não sei se entendi bem o que você quer dizer com "corrigir os homossexuais e as uniões poligâmicas". Se é o caso de pensar em uma "correção", então o termo deve estar de tal modo compreendido que possa ser usada para qualquer outra tendência que é contrária a uma lei natural. É isso? Ou haveria alguma irônia da sua parte?
Postar um comentário