sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O prazer - Comentário do estudo de 21/01/2011

As discussões que se seguiram neste estudo, foram resultantes de um acúmulo – um tanto quanto confuso, na minha opinião – de leituras e algumas interpretações dessas leituras, e dos debates difíceis ligados ao tema da sexualidade, e que carrega junto os temas da Monogamia, Poligamia, Energia sexual, Homossexualidade, Prazer, Compromisso afetivo, dentre outros.
Uma questão sobre o porquê do Prazer, encontrado na prática sexual, dever ser suprimido, levantou o argumento do que o prazer para o Espiritismo está ligado ao egoísmo, e que se não pensarmos em atribuir prazer a nós próprios, teríamos por conseqüência a disposição total à caridade, que é a prática por excelência do espírita. A discussão se estendeu a partir de um argumento de que o prazer poderia ser buscado como uma forma de manutenção de disposições físicas, que pudesse não lesar o outro, e ao contrário, como na prática sexual, pudesse ser uma alavanca de afeto, se intencionado conjuntamente a disposição em oferecer prazer um ao outro, no caso de um casal que se realiza comunhão sexual sem objetivar a reprodução, ou de um casal homossexual, que mesmo que não pode reproduzir, encontra na prática sexual a possibilidade do prazer. Cabe notar, que esse argumento reivindicou o prazer, desde que fosse voltado para atingir algum bem, sem pensar apenas em si, desconsiderando o outro. Um contra-argumento apontou que, em última instância, o prazer é visado para si mesmo, ainda que se leve em conta o outro, e se alcance afeto com isso. Tal argumento levanta a interpretação de que o Espiritismo vê no aniquilamento do prazer, a superação da condição material, e a conseqüente possibilidade de querer fazer o bem ao próximo, o máximo possível, sem que se coloque a necessidade do prazer. Um ponto comum - e talvez o único - foi que para o Espiritismo, o prazer não está posto como uma prioridade, ou como algo que deve ser objetivado. Para o Espiritismo há diferença entre o Prazer material e o Prazer moral, e este último é prioridade na elevação do Espírito. Não que todos acatassem essa ideia do Espiritismo, pareceu acordado a interpretação que tal é a visão que o Espiritismo fornece acerca dessa questão.

Abraços a tod@s,
Nos vemos no próximo estudo...
Até lá!

4 comentários:

André disse...

Bruno,
Parece que você entendeu mal boa parte do que foi dito em contrário a sua própria posição. Apesar das inúmeras repetições de alguns desses pontos.
Em nenhum momento foi afirmado que "o Espiritismo vê no aniquilamento do prazer, a superação da condição material", tampouco a consequência que você indicou.
Como foi repetido varias vezes, não se trata de aniquilamento do prazer. O prazer simplemente não está em foco. Não se trata de buscar suprimi-lo, tampouco fazer dessa supressão a condição da evolução. O caso é outro: trata-se de buscar a caridade e, aquele que é caridoso não se preocupa com o prazer, ainda que possa desfrutar dele vez ou outra. O caridoso busca o bem e, em estado elevado, se dedica todo o tempo a isso. Ou seja, mesmo quando trabalha para si, o faz apenas na medida em que isso é necessário para que possa ajudar o próximo.
Há nisso ainda muitas implicações no campo da moral. Pois, trata-se de perceber que desligado da matéria o espírito caridoso se dá conta de que não há o seu bem individual, e que seu trabalho não é para si mesmo, mas para a harmonia do todo. Como foi dito várias vezes, está em jogo uma perspectiva bastante distinta dessa que dá tamanha relevância ao prazer, deixando-o rivalizar com o bem e buscando justificar sua busca a todo custo. Enfim, o homem de bem tem outro "ponto de vista" (vale a pena ler esse tópico no ESE), está no paradigma espírita (para relembrar a COMERRP 2009).
Sobre a questão do prazer material e moral, tratou-se mais de evidenciar que há distinção entre esses dois pontos, buscando evitar que falemos de um como se falássemos do outro, já que eles "funcionam" de maneira muito diversa.
Do mais, já que você escreveu "cabe notar, que esse argumento reivindicou o prazer, desde que fosse voltado para atingir algum bem", proponho a questão: em que caso o prazer é um meio para um bem? Não seria o prazer sempre um fim?

Abraços

Bruno disse...

Pra se tornar homem de vem, é necessária uma busca: a do Verdadeiro Espírita!
Nesse sentido é preciso que ele considere a sua condição material...
Acho que você não entendeu que a exposição foi justamente das visões que apareceram no estudo... Ou me expressei mal!
Mais uma vez obrigado por esclarecer... Assim não cabe apenas a mim comentar o estudo...

Beijos!

André disse...

O que quer dizer "considerar sua condição material"? Qual é a a busca do verdadeiro espírita?
Pelo que entendo, considerar a condição material não significa submeter-se a ela. Pelo contrário, a busca do verdadeiro espírita não é vencer suas más tendências?
Não me parece que eu não tenha entendido. Se puder indicar em que ponto meu comentário lhe indica isso, seria ótimo. Percebo que você pretendeu indicar as divergências que apareceram no estudo, no entanto apresentou a posição diferente da sua de forma pouco acertada. Já apresentei as correções que me parecem necessárias. De qualquer modo, há sempre o risco do erro quando se faz alguma coisa, não? Bom quando se pode contar com a ajuda dos demais...
Espero ter ajudado.
Abraço

André disse...

Ah, aguardo o comentário dos outros de fevereiro... é necessário que indiquem ao menos a bibliografia que têm lido para que eu possa acompanhar.

Continuam fazendo 3 estudos por semana?

Abraços