Item 2.6: Ensinar exige apreensão da realidade.
Destacamos a frase "Por isso, somos os únicos em quem aprender é uma aventura criadora, algo, por isso mesmo, muito mais rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito."
Freire reafirma a constante troca entre educador e educando, que se ensina aprendendo e se estuda aprendendo.
No quarto parágrafo surgiu uma duvida, por que o professor não poderia se igualar ao aluno?
Chegamos a conclusão que o professor não pode se igualar ao aluno na questão do conhecimento, o educador tem que se pensar como quem já estudou mais que o educando e tem a responsabilidade de formar o aluno num caminho que direciona da heteronomia para a autonomia.
O autor reafirma a inexistência do neutro, dizendo que se deve respeito ao aluno e por isso devo assumir minha opinião e aceitar que o aluno discorde de mim.
Ler o item ajuda na compreensão das nossas duvidas.
Abraços e até breve.
1 comentários:
Caros,
Li aqui o item estudado e procurei o parágrafo que teria gerado dúvida. Creio que o encontrei, mas então ele não é o quarto, e sim o sétimo parágrafo do item 2.6. É isso?
Considerando que não tenha errado de parágrafo (rs), creio que é preciso atentar para alguns pontos do parágrafo:
1 - Ele não trata da diferença entre professor e educando. Essa diferença aparece de modo indireto em uma argumentação que vai em outro sentido.
2 - Se, por um lado, ele afirma que "não me posso permitir a ingenuidade de pensar-me igual ao educando, de desconhecer a especificidade da tarefa do professor", tudo que vem em seguida (não por acaso após um "por outro lado") passa a explicar a relação entre professor e educando tomando como centro dela não a tal diferença entre os dois "lados", mas o papel, o objetivo dessa relação, a saber, a autonomização do educando.
Com isso, o problema não é explicitamente resolvido nesse ponto do texto, já que não é o tema em questão. Por outro lado, temos duas dicas: 1) o trecho "de desconhecer a especificidade da tarefa do professor", e 2) a relação descrita na continuação do parágrafo. Penso que o trecho deva ser lido como uma oração paralela àquela que lhe antecede (a saber, "de pensar-me igual ao educando"), de modo que, em certa medida, podemos tomar as orações como sinônimas, ou a segunda como explicação da primeira. Assumindo isso, a diferença não teria qualquer relação, aqui, com o conhecimento (aliás, retornar para essa diferença que se foca na "quantidade de conhecimento" é dar passos atrás na argumentação do livro), mas com o "papel", a função, a "tarefa". Trata-se, portanto, de uma diferença de posição na relação, nunca uma relação que possa ser hierárquica. Os seres humanos "professor" e "educando" só se distinguem por sua função na relação que estabelecem entre si. E é por isso que o texto segue explicando essa relação.
Se isso é certo, então o "por outro lado" do texto vem ponderar a relevância da "desigualdade" assumida: "não posso, por outro lado" negar que essa função não é superioridade, e que a "tarefa" que me diferencia como professor é a mesma que me leva a trabalhar pela autonomização do educando, ou seja, ela não significa (nem permite) qualquer subjugação daquele que está posto sob minha responsabilidade.
Do mais, a compreensão da natureza dessa relação é aprofundada no restante do parágrafo, sempre reforçando esse limite, essa proibição de subjugação ou, por via positiva, o dever de respeitar a autonomia do educando.
Espero ter ajudado.
Postar um comentário