sábado, 11 de janeiro de 2014

Educação - Para quê? - 2ª Parte

Educação- Para que?, de Theodor Adorno
Página 142 até 145 (até fala do Adorno)

Os adolescentes tendem a buscar modelos ideais (ou respostas prontas), mesmo quando questionam os modelos já dados, acabam preferindo substituir os modelos e não construir um novo e próprio.
Adorno utiliza o conceito de emancipação (autonomia) não como um modelo ideal, mas que deve estar em constante construção. Ainda para Adorno a emancipação é atemporal, pois se adapta ao tempo, a cultura e a história. Já para Kant a autonomia (emancipação) será sempre a mesma, em qualquer tempo, qualquer lugar do mundo.

Segundo Adorno, os indivíduos devem investigar sua razão para chegarem as suas próprias respostas, porém não devem aceitar respostas prontas vindas de fora (isto seria heteronomia).
Adorno alerta que não se pode combater modelos ideais com outros modelos ideais, por isso devemos buscar e incentivar os demais participantes a elaborar suas próprias ideias, também não podemos dar respostas prontas, mas procurar construí-las em conjunto.

Para Adorno, a educação deve se dar com o balanceamento da sua capacidade emancipadora e adaptativa. Aqui adaptação, de um ponto de vista sociológico, seria adaptar os novos seres ao modo de vida de uma sociedade, para que eles possam dar seguimento a sociedade. Entretanto, Adorno critica  a educação que visa somente uma das instâncias, para o filósofo ela deve adaptar os novos seres, mas também emancipá-los para que possam tomar suas próprias desições.

Quando Adorno se refere ao Pseudo-realismo interpretamos que os sujeitos assumem a realidade que lhes é imposta, então passam a se reafirmar tal realidade como se fosse única e verdadeira, elas reforçam a ideologia que lhes é imposta. Adorno afirma que a família, a educação formal (escola) e a universidade deveriam servir a resistência por uma educação puramente focada na adaptação, pois a sociedade já se encarrega dela. Só ficamos pensando se no contexto atual a família ainda cumpre um papel resistente, pois hoje as crianças são educadas muito mais pela mídia (televisão e internet) do que pelos pais.

2 comentários:

André disse...

Alguns pontos do texto me parecem confusos. Parece haver alguma confusão sobre quem afirma o quê.

1. O conceito de autonomia é um só. Adorno mesmo recorre ao conceito kantiano. A diferença está no fato de que o resultado do exercício racional para Kant ser universal (no espaço e no tempo), mas para Adorno ele estará inserido em um tempo-espaço particular.

2. Quem fala que não se pode combater modelos ideais com outros modelos ideais, acho que é o Becker.

3. Quem coloca a questão do movimento da educação entre adaptação e resistência é o Becker, ainda que com outros termos. O Adorno retoma com esses termos mas para defender que a parte adaptativa deveria ser pouco (ou nada) considerada nos processos educacionais conscientes pois (como ele já havia dito em trecho anterior) a força adaptativa da nossa sociedade já seria muito grande, de modo que a adaptação (necessária para a reprodução social) já se daria de forma automática.

4. Parece importante ressaltar que o tal pseudo-realismo é "um realismo supervalorizado", e o principal problema dele é que os jovens assumiram a realidade dada como imutável.

Gabriel Lima disse...

Valeu André =)