quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Análise do Temário e do Modelo

Estiveram presentes Hugo, Naty, Bia, Carol, Bruninho, Stella, Tamires e eu. Espero que eu não tenha esquecido de ninguém rs.

Comentário:

O estudo foi orientado pela vontade de organizar um calendário de temas ou bibliografias a ser estudado. Mas conforme pensávamos em sugestões fomos também de encontro ao incômodo de organizar conteúdos. O limite entre estudar a proposta e se preparar para transmitir conteúdos no encontro parecia tênue, e, deste modo, estranho frente à pretendida autonomia, pois se a estrutura do encontro tende a romper com hierarquias e reconhecer ou se abrir àquilo que é particular ou próprio de cada participante, como justificar a tutoria sem que seja monitoria apenas com outro nome? Por que não um encontro onde todos são participantes, sem que um grupo receba o título de tutoria? Pra enfrentar o problema percorremos rapidamente a organização dos estudos do ano passado, quando alternávamos os estudos em autonomia e proposta. Nesse sentido, a tutoria parecia tomar outro aspecto que o da monitoria. Pois não se trataria de ter domínio sobre a proposta e seus conteúdos, mas prioritariamente saber qual o sentido da proposta segundo a autonomia. Deste modo, afastamos, pelo menos provisoriamente, o juízo de acabar com a tutoria e com o estudo da proposta. Ou seja, não se tratou de rejeição da autonomia, mas de dúvida da especificidade ou, antes ainda, da necessidade da tutoria. Passamos a encontrar alguns elementos que nos permitiram aceitar a razão de existir enquanto tutoria. Então, devido à percepção dos presentes, na próxima semana daremos início aos estudos de autonomia, o que pareceu prioritário para termos minimamente conhecimento do que se trata sua proposição e, a partir disso, iniciarmos os estudos da proposta. Mas, sem perder de vista a própria proposta, pudemos ler esta e identificarmos, ao meu ver, três questões. A primeira era sobre o parágrafo de introdução. Em que medida o profundo problema não está em dizer "certo ou errado" ao aborto, às drogas, à sexualidade e etc. mas em saber o que envolve o aborto, as drogas, a sexualidade? Aqui nos pareceu importante lidar com nosso próprios preconceitos, por exemplo, do ponto de vista do prazer tanto a relação heterossexual quanto a homossexual tem um referente comum, e não seria a política ou a cultura também conflitos dos jovens? Quer dizer, em que medida também não elencamos supostos problemas de uma concepção conservadora da sociedade e que não permite pensar outros problemas e, quem sabe, aprofundar a temática da proposta. Como tirar conclusões morais destes supostos problemas? A segunda questão era sobre a referência aos jovens e seus conflitos. Que jovens? Que conflitos? Estas perguntas nos permitiram considerar que a proposta tem abertura para se referir a várias faixas etárias e seus problemas. A terceira questão é, talvez, uma sugestão. Os estudos da autonomia e do temário devem conversar entre si. Nesse sentido, nos parece importante o exercício de reflexão nos estudos de autonomia tendo em vista a proposta, e vice-versa.

*Obs: no próximo estudo a Tami levará algum livro de Paulo Freire. Está aberto para outros também levarem suas sugestões de estudo da autonomia. Eu fiz referência ao texto do Adorno e da Hannah Arendt que usamos no ano passado. Vou procurar aqui o texto da Hannah Arendt e André você pode disponibilizar o texto do Adorno?

abraços,
Paulo

2 comentários:

Tamires disse...
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Tamires disse...

Tivemos um ótimo estudo!!!

Consiguimos refletir sobre a importância de estudar a proposta e a importância de estudar a forma como fazemos a COMERRP, baseando-se na autonomia e no trabalho coletivo.
Com a ajuda do Paulo que participou da tutoria ano passado e pode nos trazer as experiências e reflexões da COMERRP 2010 que sustentaram a idéia de sermos tutores. Com a contribuição de cada um que participou da COMERRP passada e que trouxe dúvidas, reflexões questionamentos a partir do conhecimento que possuem sobre autonomia, sobre tutoria e sobre COMERRP...
Todos foram ouvidos e souberam ouvir as reflexões colocadas, que nos ajudaram a dar um rumo para os nossos estudos...
Também veio para as nossas discussões contribuições de autores estudados por mim na Pedagogia que muito têm a contribuir na defesa da importância do conteúdo para a qualidade do conhecimento e da aprendizagem.

Com isso, decidimos sermos tutores não porque isso aconteceu na COMERRP passada, mas porque percebemos que os tutores ainda são necessários para garantir o espaço em que se promova a autonomia, já que não podemos achar que chegarão na COMERRP somente pessoas autônomas... Quando isso acontecer, já não seremos mais necessários. Com a tarefa do tutor definida, percebeu-se a necessidade de nos aprofundarmos no conceito da autonomia.
Também chegamos a conclusão de que não devemos deixar de estudar a bibliografia da proposta, pois estudarmos antes não exclui o estudo durante a COMERRP... Pois, a COMERRP é a oportunidade de discutirmos com mais pessoas e aprofundarmos os estudos já realizados. Se descartassemos o conteúdo da proposta, poderíamos defender que os professores não precisariam mais estudar, já que vão aprender junto com os alunos. No nosso caso, os tutores não precisariam mais estudar espiritismo, pois estudariam junto com os tutores... Mas, o fato de alguém estudar algo antes, não a impede de estudar depois, pois o estudo só enriquece a qualidade e profundidade do conhecimento... Portanto, os tutores que já deram início ao estudo da proposta só conseguirão contribuir mais com a profundidade do estudo da COMERRP como qualquer outra pessoa que já tenha estudado, vivenciado, experimentado os temas... E como queremos uma COMERRP com um estudo profundo, não há porque deixarmos de estudar desde já.
Pensando ainda no conceito de mediação do Vygotsy, no qual os professores ou aqueles que sabem mais sobre algo mediam o conhecimento para aqueles que sozinhos não conseguiriam aprender esse algo, reafirmamos a importância dos tutores estudarem espiritismo para poderem ser em alguma medida mediadores do conhecimento espírita e o estudo da autonomia para se deixarem ser mediados.

A COMERRP já começou como o Hugo nos disse! Que tenhamos um ótimo trabalho.

Beijos
Tami