quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Condicionamentos culturais dos conceitos biológicos

Vídeo http://www.youtube.com/watch?v=3wx3fdnOEos

Vimos o vídeo do geneticista Eli Vieira refutando argumentos do pastor Silas Malafaia.

Discutimos a forma como os dados de pesquisas são levantados como eles interferem nos resultados das mesmas. Entramos nesse assunto, pois, no vídeo Eli comenta sobre algumas pesquisas, incluindo algumas que foram referidas por Silas Malafaia. Dentre essas pesquisas, algumas procuram levantar dados em comum entre homossexuais (por exemplo: a maioria dos gays sofreram abuso sexual quando crianças). Foram citados como exemplos pesquisas realizadas com gêmeos. Conversamos como as pesquisas realizadas com humanos estão sempre intimamente relacionadas com o ambiente, dificultando declarar que determinada característica, encontrada no grupo que serviu como base para a pesquisa, de fato tem origem apenas genética. Seguindo essa linha de pensamento, nos perguntamos quanto a genética pode ou não interferir na orientação sexual de uma pessoa.

Também discutimos sobre o dado apresentado no vídeo de que, ratos machos “homossexuais” (usamos aspas aqui, pois, em um estudo anterior conversamos sobre usar tal termos para animais) se demonstram mais sensíveis aos odores imanados por outros ratos machos. Assim, conversamos sobre as questões olfativas nos humanos. Comentaram que um estudo afirma que alguns homens são mais sensíveis aos odores emanados por outros homens. Dessa maneira, foi questionado se isso seria de fato algo inato e se poderia ser usado para afirmar que a homossexualidade é causada por um fator genético.

Ainda comentamos sobre: o funcionamento dos genes sob influência do meio; a influência dos espíritos nos hormônios; o que é a causa e o que é o efeito entre Corpo x Espírito; o questionamento levantado pela Bárbara quanto ao vídeo; a construção do vídeo de Eli (apesar de parecer defender seu ponto de vista e ser provocativo, já que não é apenas uma discussão científica mas também política, não desmerece os dados por ele levantado); ressaltamos que é importante assistir ao vídeo de maneira crítica.

Artigo 3:
ROHDEN, Fabíola. “A construção da diferença sexual na medicina” In: Caderno de Saúde Pública. Vol. 19.

Inicialmente foi explicado sobre o que o texto discorre:
- Classificação de Homem e Mulher
- Diferenciação entre eles por meio de órgãos e capacidade reprodutiva
- Ausência de diferença entre eles na infância
- a natureza havia feito provisões para a sexualidade humana, mas a cultura estava livre para perverter, distorcer ou conspurcar os dons naturais”
- Diferenciação grega entre eles (todos seriam do mesmo sexo, porém, os que receberam mais calor têm os órgão reprodutores exteriorizados e os que receberam menos interiorizados)
- No decorrer do tempo, apesar das mudanças nas definições de Homem e Mulher, constante discurso machista
- No Iluminismo: o contrato social cabia ao homem, pois, era ele que agia pela razão e a mulher era frívola e emotiva (importante notar que essa era a visão Iluminista).

Discutimos que a definição do sexo não era apenas biológica, mas também social. A definição era usada para ajudar a manter e justificar a posição do homem e da mulher dentro da sociedade. E essa depende da cultura, já que outras espécies, com culturas diferentes, se envolvem com seres do mesmo sexo sem ser considerados homossexuais.
A autora fala que a psicologia tenta entender os animais e seus comportamentos. Mesmo que se foque em apenas um fator (biológico, psicológico, etc), não deve excluir os outros. Dentro desse comportamento, ela diferencia o que é instintivo e comportamental:
- Instintivo: adaptação, capacidade de resposta do instinto.
- Comportamental: cultural; quando a resposta do instinto foi positiva.

O comportamento depende da cultura, da sociedade, como o exemplo que a autora cita. Os pássaros têm a capacidade de cantar, mas para que isso aconteça, ele tem que viver com outros pássaros, se não ele não canta, como os pássaros que vivem em cativeiros.

Ressaltamos que as visões de diferenciação do sexo presentes no texto não são a da autora, ela expõe as definições que foram dadas ao longo da História.

Artigo 4:

3 comentários:

André disse...

Acho que não tem nenhum estudo sobre a questão olfativa nos humanos. O caso foi citado apenas como hipótese para ilustrar a insuficiência desse tipo de evidência para comprovar uma possível determinação biológica.

O final ficou confuso. Ali há anotações sobre os dois textos estudos ou apenas sobre o texto apresentado pelo Hugão? Não entendi bem. Parece que é sobre os dois, mas estão misturados.

Gabriel Lima disse...

Só observo o texto do Hugão.

André disse...

E o outro texto?