segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A dominação masculina- Pierre Bourdieu

É assustador, para Bourdieu, a forma como a dominação masculina se dá, o quão imperceptível ela  é. Diante das diversas interpretações que a sociedade dá para características físicas, perante os gêneros masculino e feminino, Bourdieu afirma que tais interpretações criaram e sustentam a dominação masculina. Por exemplo: o pênis está para fora do corpo, então o homem deve trabalhar fora, já a mulher tem a genitaria interna, então deve permanecer em casa.

A partir daí nasce um ciclo: o simbolismo vai se naturalizando, porém depois de algumas gerações já não se recorda mais do que é simbólico, então tudo passa a ser natural, como se algumas características viesse com o sexo.

Bourdieu apresenta que o corpo feminino seria dividido em duas partes: da cintura para cima (como a parte aceitável) e para baixo da cintura (como se fosse um objeto). O autor cita um exemplo do exame ginecológico chamado "Papanicolau", em que o médico não se dirige a paciente durante o exame, a trata em 3ª pessoa e quando não está fazendo o exame conversa diretamente com a paciente.

O autor afirma que as costas são uma região considerada feminina. No caso da relação homossexual, aquele que penetra é considerado o ativo e aquele que recebe  a ação o passivo, que ocuparia o lugar feminino, pois recebe o ato sexual e está de costas.

Todas as ideias ligadas ao sexo masculino lhes foram atribuídas por causa da ereção e da genitaria externa.

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